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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sobre Ouro Preto, cidade universitária, comparação


Voltando de mais um fim de semana em ouro preto, fiquei pensando sobre várias questões sobre a mudança da cidade desde a minha infância e das férias incontáveis que passei lá. 
Muito se fala a respeito da especulação imobiliária, com a expansão dos cursos da UFOP, a procura por moradia pelos estudantes que vem de fora é cada vez maior. As dezenas de  repúblicas que têm não conseguem atender todo mundo e é claro que há quem não queria passar pela experiência de ser 'bixo'. A universidade desde alguns anos atrás tem investido na construção de alojamentos  na região do campus destinados a estudantes mais carentes, para morar é preciso passar por uma avaliação do padrão socioeconômico do aluno, assim como é feito na UFMG, pela FUMP. 
Por ser uma cidade tombada pelo patrimônio histórico da humanidade, não é permitido a construção de edifícios maiores do que 3 andares no centro, o que também dificulta mudanças. Isto valoriza muito os imóveis dessa região. Uma das alternativas é o bairro da Bauxita, que agora já se vê inúmeros pequenos prédios, a maioria para o aluguel de kitnets. É como atravessar a rua e estar em uma cidade completamente diferente. 
A expansão da universidade e a criação de novos bairros, ajudou muito no crescimento da cidade e também no turismo. Este fim de semana mesmo, acontecia o festival de jazz, que atrai muitos turistas, além de vários outros eventos artísticos que acontecem na cidade todo ano. 
Apesar de tudo já podemos perceber sinais de problemas de cidade grande: engarrafamento! Nunca pensei que ia andar na rua e parar pra assistir a quantidade de carros parados no centro. Lugar para estacionar nem pensar nessas ruas estreitas, onibus sobe e desce morro lotado. Até ouço a voz do meu pai dizendo que 'na época dele' subia esses morros todos a pé, que parava na praça tiradentes para jogar conversa fora, que hoje tudo isso mudou. Mesmo no pouco tempo de vida que tenho, eu mesma já reparei que muita coisa mudou, as ruas andam mais vazias que antigamente mesmo, apesar de estar mais populosa, de ter crescido bastante.
e aí comparo com meu outro post sobre brasília "máquina de morar":
cidade que conforma as pessoas (brasília) ou as pessoas que conformam a cidade (ouro preto)?
Penso em Ouro Preto e lembro das praças perto das igrejas, das casas geminadas que olham umas para as outras, na vizinhança entrosada de alguns anos atras que agora vai se perdendo...
E aí penso em Brasília e lembro das linhas retas, das grandes avenidas, dos carros, inúmeros, mas vejo também momentos que tive de grande integração por causa dessa arquitetura, de uma forma diferente ao encará-la...
fica aquela interrogativa: a arquitetura define o indivíduo? ou não?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Museu da República, Brasília e minhas impressões

Olhando algumas notícias no site do Correio Braziliense nas últimas semanas, me deparei com uma matéria falando sobre o Museu da República, construído em 2006 a partir do projeto de Oscar Niemeyer. O texto  apresenta seus prós e contras, destacando as obras que fazem e que irão fazer parte do acervo do museu e também sobre verbas públicas destinadas a ele. 
O que mais me chamou atenção foram os problemas de acesso ao museu e as dificuldades de conservação das obras de arte. Wagner Barja, que está a frente da instituição ainda destaca "O museu é como o Titanic no lago Paranoá"


Quando houve a inauguração do museu, eu morava em Brasília já a 8 anos e ao visitá-lo percebi como a minha implicancia com a cidade persistia. A area na qual ele foi construído, anteriormente era formada por várias árvores nativas e plantas rasteiras. Tudo foi a baixo e cimentaram uma área enorme em volta do museu, sem iluminação, sem bancos ou sombras. Diga-se de passagem a cidade é de clima muito quente, quase impossível andar sem ter uma garrafinha de água, óculos de sol... A proximidade da rodoviária é importante, mas a maioria das pessoas que a utilizam não frequentam o museu, daí a falta de estacionamento. Além de calçadas, pois atravessar o eixo monumento andando, com a quantidade de carros é muito perigoso. 
Lembro de ir em um show de música eletrônica em comemoração dos 50 anos da cidade com alguns amigos. Fui de carona e tivemos que estacionar no setor de autarquias, muito mal iluminado, tivemos que andar na grama e por uma escada que era quase um banheiro público a céu aberto. O show era de graça, mas pra chegar perto do palco tivemos que pagar 15 reais na "área VIP". O preço de bebida e comida era exorbitante. Foi o único evento 'gratuíto' que participei na semana de comemoração.
Deixei de ir á vários espetáculos gratuitos do Cena Contemporânea, festival internacional de teatro que acontece todo ano, por causa da falta de acesso ao museu. Vários espetáculos são apresentados na área externa, mas linhas de ônibus durante a noite é quase extinta em brasília e ir de metrô não compensa, pelo tanto que eu teria que andar a pé. E olha que eu morei na 403 sul, que deveria ser no centro da cidade, perto de tudo.
Perto de tudo se você tem um carro.
Acho que Brasília serviu para o proposíto na qual foi construída. É mesmo uma cidade "máquina" de morar. E acaba que o povo que nasceu na capital é assim frio, distante, isolado... 
Morei 10 anos no mesmo prédio e só tive contato com um vizinho, os outros eu nem conhecia, quando via, não ouvia bom-dia. Acaba que a gente acostuma com isso depois de um tempo... Mas sempre me senti deslocada lá. Acho que é essa coisa da minha mineirisse.
A gente acaba dando um jeito de colocar um pouco mais de humanidade na coisa:

piquenique no parque da cidade x]