terça-feira, 30 de novembro de 2010

disse que me disse: Jane Jacobs e LAP

Jane Jacobs, autora do livro Morte e vida das grandes cidades aborda o tema da segurança e de como as calçadas são fundamentais para a manutenção da mesma. Quando dizemos que uma cidade não é segura, estamos nos referindo às suas calçadas. O principal ponto da argumentação de Jacobs é a presença de desconhecidos como importante:
"O principal atributo de um distrito urbano próspero é que as pessoas se sintam seguras  e protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos (JACOBS, 2000, p. 30)"
Jacobs defende que a manutenção da segurança não é feita pela polícia (ou pelo menos não apenas por ela, que também é necessária), mas …
"[...]pela rede intrincada, quase inconsciente, de controles e padrões de comportamento espontâneos presentes em meio ao próprio povo e por ele aplicados. (JACOBS, 2000, p. 32)"
Ela propõe, então, três condições para que haja pessoas suficientemente nas ruas de forma que elas exerçam a vigilância natural sobre os espaços públicos e, com isso, diminuam a violência:
  1. Deve ser nítida a separação entre o espaço público e o espaço privado;
  2. Devem existir os olhos da rua;
  3. A calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente.
Os olhos da rua são as pessoas que, consciente ou inconscientemente, utilizam o espaço público e/ou costumam contemplá-los de suas casas, exercendo uma vigilância natural sobre o que ali acontece. Jacobs cita como contra-exemplo alguns edifícios muito verticalizados, em que os corredores eram inacessíveis aos olhos, apesar de serem de acesso público, e por isso sofriam enormemente com a depredação e a violência.

A partir dos conceitos da autora, posso perceber nos trabalhos do LAP (Laboratório de Arquitetura Pública da UFMG) uma estreita relação. Os projetos que o grupo vem elaborando traduz muito bem os conceito de Jacobs.
O LAP procura criar o conceito de paisagem cultural no imaginário da população: como alguns locais ícones da cidade são relacionados pelas pessoas e qual o significado posto por elas sobre estes espaços? A arte, a religião, por exemplo, são produtores deste campo de significação do mundo.
Criou-se projetos para intevenções na cidade do Serro que propõe reabilitações de áreas livres e requalificação de paisagem cultural. Locais como a Bica das Lavadeiras, traz este conceito de olhos da rua:
As lavadeiras utilizam o espaço, desde muito tempo, para lavar a roupa, converrsar e encontrar conhecidos, enquanto crianças brincam na água e passam por ali. Elas, sem perceber, vêem tudo que acontece na rua, e como aquele é um espaço comunitário, cuidam dele para no dia seguinte poderem utilizar novamente.
Pensando nas lavadeiras, a prefeitura criou um quarto ao lado com vários tanques e água potável, mas era um local escuro, e que mais separava as mulheres que uniam. Logo, o lugar ficou depredado por vândalos. Assim, a intervenção sugerida era de tentar ampliar aquele espaço de convivência, mas que ele pudesse também ser de todos e que atendesse ás necessidades das lavadeiras.
As pessoas que ali frequentam ou passam têm um papel imprescindível como "os olhos da rua" no centro de Serro e o grupo LAP soube perceber muito sensivelmente essa relação.

fonte:

SABOYA, Renata. Segurança nas cidades: Jane Jacobs e os olhos da rua. Urbanidades. 10 fev. 2010 Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2010/02/seguranca-nas-cidades-jane-jacobs-e-os-olhos-da-rua/>. Acesso em: 30 nov. 2010.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

disse que me disse: Mini Houses


Nas últimas décadas temos visto uma explosão no desenvolvimento de pequenas casas em resposta ao tamanho reduzido das famílias, a densidade das cidades, as demandas dos cidadãos de hoje e a subida no preço por metro quadrado da propriedade. Essas pequenas casas apresentam a solução ideal para profissionais ocupados, casais sem filhos e adultos que querem viver sozinhos ou com parceiros. Longe do conceito do século passado, onde o poder e a importância foram refletidas pelo tamanho de uma casa, casas pequenas (também conhecidas como "mini-casas") apostaram sua alegação no desenvolvimento da arquitetura atual. Em resposta ao aumento deste tipo de pequena propriedade, várias empresas e marcas criaram e desenvolveram produtos especificamente para estes espaços compactos, marcando uma tendência baseada na economia de recursos e ideias minimalistas.

DOMESPACE 72 m² - Quimper, França

MINI HOUSES (FKG) é uma coletânea de quase 700  páginas de edifícios compactos + uma seleção de tendências para a falta de espaço, como mobiliário e decoração. Cada imagem vem com uma informação básica: a área em que ocupa.
Desde de pequenas casinhas nas árvores até modernas construções em centros movimentados. O que mais me chamou atenção foi a predominância de arquitetos e engenheiros japoneses! O Japão, já se sabe, é um país de densidade demográfica elevada e as soluções para isso não faltam. Algumas plantas são tão complexas que é preciso uma analise até profunda: como cabe cozinha-banheiro-quarto-sala em menos de 11 m²? 

KITHOUSE K3 - 11 m²
Apesar de ter gostado bastante, achei a maioria dos projetos um pouco elitizado. São compactos, mas muitas vezes não são baratos. Acho que o maior desafio seria criar um projeto como este que fosse acessível a todas as classes sociais, porque na realidade são as pessoas mais pobres que não têm meios para comprar uma casa grande ou um terreno para construir. Acho que dessa forma a democratização desses espaços aconteceria: casas pequenas e próximas dos centros das cidades para ambos os lados, aqueles que não podem comprar uma casa grande e aqueles que procuram conforto e praticidade.
HOUSE IN CHELSEA - New York

Fonte: MINI HOUSES
Editorial project: LOFT Publications Barcelona, Espanha.

Filme: O Escafandro e a Borboleta

Filme: O Escafandro e a Borboleta

Ficha técnica
título original: (Le Scaphandre et le Papillon)
lançamento: 2007 (EUA)
direção:Julian Schnabel
atores:Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Anne Consigny.
duração: 112 min
gênero: Drama

Sinopse
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.

Primeira reação ao começar o filme é a de inquietação, uma cena como se o expectador acordasse do coma, uma coisa surreal: imagens distorcidas, as vozes que vem de longe, quase um transe. E aí logo depois vem o baque da realidade, não poder se mexer, não conseguir falar, falar e as pessoas não ouvirem...
o Escafandro e a borboleta é baseado no livro, de mesmo nome, de Jean-Dominique Bauby, que é o protagonista da história. Como não consegue aprender a falar, conta a sua história pelo piscar de olhos. É um filme muito tocante. Não só faz pensar sobre o valor da vida, mas também sobre a espera da morte, a revolta de se tornar de certa forma impotente diante dela. Mas superando-a.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Trajetória Pavilhonistica

Depois de passar pela experiência de criar uma casa extremamente positivista como a Villa Arpel, nosso desafio seguinte foi tentar criar algo que fosse o contrário disso, algo que negasse esse pensamento: criar um pavilhão ANTI positivista. E mais ainda trocar de projeto toda semana e tentar avançar naquilo que recebemos dos outros grupos.. pra no final um trabalho ser escolhido e construído no jardim da escola de arquitetura para uma exposição de uma semana... e ainda tinha que proteger da chuva!.. ufa
Nossa primeira ideia, um labirinto que por fora seria uma caixa branca,  simbolizando o positivismo e dentro dele o oposto disso tudo.. cores, sons, materiais diferentes, como uma instalação.


Depois de algumas críticas dos professores decidimos mudar radicalmente a proposta no dia da apresentação e transformá-la num castelo de cartas meio surreal, usamos como inspiração o mundo de alice no país das maravilhas. Apesar de ainda não ter chegado onde eles queriam.. era preciso avançar mais.


Primeira troca de projetos, ficamos com o mais positivista deles, por assim dizer.  Uma caixa de metal, com um piso de vidro conversando com o laguinho do jardim da escola, dentro dele projeção de imagens sobre um pano amarrado em uma de suas faces. Primeira coisa que observamos foi a dificuldade de colocar em prática as projeções, se iriam alcançar, a questão de ficar o tempo todo ligado etc. O que nos chamou atenção foi precisamente a relação com o lago, que não tínhamos visto anteriormente. Daí foi hora de radicalizar: nosso tema foi "A Casa Positivista em Ruínas". Colocamos o pavilhão dentro do lago, cheio de água vermelha com móveis antigos imersos e uma estrutura meio transparente feita de telhas de fibra de vidro ou plástico e um teto com goteiras. hahah foi uma ideia bem divertida, mas no final acho que nem nós mesmo íamos gostar de entrar dentro dele! Era preciso avançar mais...



Mais uma troca de projetos e o que mais tava deixando todo mundo meio preocupado era proteger da chuva e aí era difícil avançar muito nas ideias. Acho que a partir dessa troca todo mundo se soltou um pouco mais em relação a isso. Nós ficamos com um projeto que era uma estrutura de aço circular com uma cobertuda de lona que depois virou uma cobertura de outro material e as vigas de metal eram cobertas de canudos de piscina. A gente gostou dos canudos, mas transformamos essa ideia em balanços, os canudos com uma corda passando dentro deles. Integramos também a estrutura metálica com a árvore do jardim. Ainda era preciso avançar mais...



Na terceira troca recebemos um trabalho que primeiramente eram biombos de bambu com uma cobertura de madeira, depois a cobertura foi eliminada e sobraram os biombos que viravam bancos, que viravam camas. Depois o material foi trocado por canos de PVC amarrados que também permitiam essa mobilidade, de uma hora ser banco, outra hora ser esteira. Essa troca é a última qe a apresentação acontecerá amanhã. Estamos trabalhando com troca de materiais e uma coisa muito importante: o custo do pavilhão. Não serão mais canos de PVC, mas canos de papelão impermeabilizados com fita, presos com fios de metal. Pensamos em criar uma estrutura fixa pra ela depois vir a ser móvel, criando algo inspirado pelo trabalho do The Longest Bench, utilizando a marquize do prédio como apoio. A criação de protótipos nessa etapa é imprescindível, precisamos testar se vai dar certo, se  vai ficar em pé. Isso com certeza é bem diferente da criação no papel. Primeiro que a busca pelos materiais não foi nada fácil. Andar no centro de belo horizonte atrás de tudo quanto é tipo de loja de tecido pedindo tubo de papelão foi uma maratona hoje a tarde, mas acho que o resultado será bem interessante. A expectativa depois de tanto trabalho é que seja construido! Tanta pesquisa, tanta ideia, tantos problemas, a gente acaba se apegando, mas sei que qualquer um que for escolhido será um sucesso. Agora só esperar pelo resultado.


Imagens do meu sketchbook, photoshop e modelos do sketchUP.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

disse que me disse: Raumlaborberlin: SOFT SOLUTION


Raumlaborberlin é um grupo que começou a trabalhar sobre as questões da arquitetura contemporânea e do urbanismo em 1999. Interdisciplinando várias equipes de trabalho, investigam as estratégias de renovação urbana. Eles fazem desenhos urbanos, projetos arquitetônicos, construção de ambientes interativos e investigação. 
Assim, para o quarto mês Europeu de Fotografia o grupo Raumlabor realiza a instalação SOFT SOLUTION (solução suave) localizado no centro do festival na Berlinische Galerie.A instalação abre-se num diálogo entre as aparências de uma estrutura espacial: do lado de fora ela é macia pneumática, efêmera e no interior é afiada e dura. Qual é a original e qual é a cópia? É uma metamorfose ou um reflexo embaçado?


Enquanto no interior o objeto icônico que faz um grid com a construção encontrada, a parte ao ar livre funciona como um atrativo e um ativador do espaço público.



As formas se assemelham, mas o uso de materiais diferentes cria essa dualidade proposta pelos arquitetos. O uso do plástico colorido e do  inflável, no lado de fora, proporciona um lugar convidativo para o público que vem visitar o museu: as formas geométricas se contrapoem dando assim um aspecto mais lúdico; as pessoas que sentam ou que deitam nos colchões de ar interligados ficam ora virados de frente uns para os outros, ora de lado. O fato de ser uma estrutura vazada também contribui para a interação entre as pessoas, algo que vem com o 'esconde-esconde' dos pilares. Já no lado interno a estrutura é reta e esquia. Não é tão livre quanto o exterior, pois é condicionada pelo edifício construído. Dessa forma, contribui para a melhor divisão dos espaços, como no caso de dar mais privacidade ás pessoas que sentam para tomar um café e conversar. Sua intenção contrapõe a estrutura exterior. Apesar de quê essa divisão não é feita de forma dura ou determinante, pois também é composta de pilares e não de paredes, ou seja, a visão também é ampla.



Equipe: Andrea Hofmann, Francesco Apuzzo, Axel Timmcom Armin Fuchs, Göthner cristã, Antonelli Cristina, Anna Wulf, Zachmann Laura, Petermann Tomas, Pasquali e Lúcia Bock Christine.

fonte: http://www.raumlabor.net/

terça-feira, 26 de outubro de 2010

disse que me disse: INHOTIM


Finalmente resolvi falar um pouco sobre a minha experiência lá no Inhotim, que por sinal excedeu minhas expectativas. Fomos fazer a visita em um domingo ensolarado e pudemos visitar várias obras interessantes, apesar de que eu não consegui ver as exposições que mais queria, como as cosmococas...
Introduzindo o espaço: Inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico O paisagismo teve a influência inicial de Roberto Burle Marx (1909-1994) e em toda a área são encontradas espécies vegetais raras, dispostas de forma estética, em terreno que conta com cinco lagos e reserva de mata preservada. O acervo artístico abriga mais de 500 obras de artistas de renome nacional e internacional, como Adriana Varejão, Helio Oiticica, Cildo Meireles, Chris Burden, Matthew Barney, Doug Aitken, Janet Cardiff, entre outros.

 Minha primeira impressão foi bastante positiva, a paisagem era linda e exuberante. Dá uma sensação de se sentir muito pequeno diante da natureza, mas, ao mesmo tempo, a de um espaço milimetricamente pensado pelo homem, de certa forma positivista. A cada caminho percorrido aparecia uma obra nova, imersa nas árvores, na vegetação. Entrei com intenção não de compreender as obras, mas de sentí-las, por se tratar de Arte Contemporânea. Muitas me fizeram refletir sobre a situação atual da nossa sociedade, tão baseada pelo consumo e caracterizada pela mecanização, como por exemplo a Máquina do Mundo de Laura Vinci uma arte bem simples, mas objetiva.
As obras que mais chamaram atenção foram as de Cildo Meireles. Artista que brinca com as formas de se perceber os espaços, também se utilizando de materiais simples e do cotidiano, ele propõe um novo olhar sobre o mundo. Sua obra se relaciona com o neoconcretismo brasileiro, (que eu já tratei aqui no blog pela obra de Lygia Clark) cheia de impactos sensoriais e psicológicos. Outras que me chamaram atenção foram as que pendiam para esse lado sensorial também, tais como a True Rouge, Promenade, Forty Part Motet;


Esperava mais interação do público com as obras, a maioria das galerias não se podia tocar, pisar ou tirar fotos. Achava que o fato de ser um parque essa interação poderia ser mais explorada. Talvez dessa forma até as sensações que as obras possam possibilitar se tornem mais limitadas. Assim, ele acaba tendo um aspecto de museu mesmo. O preço também não é muito acessível, é preciso programar um gasto pro fim de semana!

patinhoss =D

eu no fusquinha colorido!


fonte: http://www.inhotim.org.br

terça-feira, 19 de outubro de 2010

disse que me disse: Your Mobile Expectations, Olafur Eliasson


Quando me deparei com essa imagem a primeira ideia que tive foi a de que isto era um inflável ou coisa do genero, feito de plástico ou isopor. Com um carro dentro. Mas na verdade estrutura é de metal coberta principalmente por água! Your Mobile Expectations é uma instalação pensada pelo artista Olafur Eiasson que tem como inspiração o carro de corrida movido a hidrogênio BMW H2R. Trabalho exposto em 2008, na Pinakothek der Moderne, museu em Munique.   
Para o projeto, Eliasson removeu o corpo do carro e substituiu-o com uma carapaça coberta de gelo que foi formada por aspersão de água em um quadro em temperaturas abaixo de zero. O veículo é exibido em um frigorífico especialmente construído
Como uma obra de arte localizada no tempo, a transformação de Olafur Eliasson da H2R automóvel é um projeto provocativo que abre o debates sobre o impacto profundo de arte e design no seu ambiente social contemporâneo. "O design do automóvel tradicional definiu o carro como um objeto desejável, quase um fetiche, e uma mercadoria, privando-o de sua relação com seu entorno e com o tempo. O design tem focado principalmente sobre a forma mais rentável de facilitação e mediação do movimento físico. Temos que combatê-los, e acho que a tarefa é a de reintroduzir o tempo como o grande produtor de nossas experiências. A realidade torna-se realidade temporal. Esta reintrodução nos dará a possibilidade de perceber o carro e as consequências da condução em relação aos nossos próprios corpos. "



: Who is to say what is real and what is not?

 "Real" is an distinction of a naive mind, and we're getting beyond that.





quarta-feira, 6 de outubro de 2010

brincando no photoshop...

Gerard fazendo arte =D



Australian Pavilion SHANGHAI EXPO 2010

A Austrália tem uma forte presença nacional na Exposição Mundial de Shanghai 2010, que deverá atrair 7-8 milhões visitantes e é a maior exposição que mundo já viu.
De 1 de Maio a 31 Outubro 2010, pavilhão visualmente impressionante da Austrália vai mostrar criatividade, inovação. Dinâmico e com exposições envolventes, uma rica programação cultural.

A forma ousada do pavilhão de escultura foi projetada pelo líder australiano da  firma de arquitectura de madeira Marsh em conjunto com empresa de design criativo Pense! OTS. A forma impressionante e as cores do pavilhão reconhecem a paisagem antiga da Austrália, ao mesmo tempo demonstrando a sofisticação do design urbano moderno.

 
O exterior do pavilhão é feito de aço corten especial, produzida na Austrália pela BlueScope Steel, que é parte integrante do projeto do pavilhão. Desde sua instalação, em agosto de 2009 para a abertura da Expo, em maio de 2010, a  fachada de aço altamente durável irá desenvolver cada vez mais profundamente a cor vermelho-ocre, evocativo do outback australiano.O design inovador exemplifica abordagem da Austrália para smart design, fabricação e sustentabilidade ambiental, reforçando a resposta da Austrália para o "Melhor Cidade, Melhor Vida" tema da expo.


O design inteligente do interior é capaz de acomodar 40 mil pessoas por dia, levando os visitantes por meio de três distintas áreas públicas.O primeiro, com 160 metros de rampa, tampo de vidro fechado, que envolve e penetra a pele exterior do edifício, leva os visitantes nos últimos seis elementos da exposição à medida que progridem no coração do pavilhão.
Os visitantes, em seguida, ao sair do teatro no átrio principal de 15 metros de altura, de 500 metros quadrados de área de alimentos e bebidas. Na fase elevadada galeria, onde irão desfrutar de apresentações culturais diárias.Além das áreas de exposição pública, o pavilhão bispõe de um espaço de 250 metros quadrados VIP. Com vista para o átrio, este espaço multifuncional foi concebido para acolher seminários de negócios, eventos de networking de alto nível, almoços e jantares e apoiar as visitas de altos responsáveis políticos e membros do governo.





fonte: http://www.australianpavilion.com/

Youturn UNStudio Pavilion

  
Youturn UNStudio Pavilion é um dos seis "terrieros" criado para a 29a Bienal de Arte de São Paulo, Brasil. Localizado no coração da Bienal, o pavilhão funciona principalmente como um local de encontro. A programática do pavilhão convida o público a orientar e observar. Isso provoca uma interação entre os participantes e visitantes da Bienal, criando um espaço para a exposição, discussão e debate. O Pavilhão UNStudio coloca-se entre a instalação, arte e arquitetura.O Pavilhão Youturn forma o "Eu sou da rua 'terriero, um dos seis agrupamentos conceituais de espaços integrados curatorial da Bienal. Eventos que ocorrem no espaço pode variar de discussões íntimas com apresentações de grupos grandes.


Ben van Berkel: "Arquitetura pode ter a sua expressão cultural de um modo semelhante a como a arte é percebida ou interpretada. A interpretação metafórica dos espaços pode ser similar à leitura de uma obra de arte, de modo a mecânica ea abordagem podem ser semelhantes, mas os resultados são obviamente diferentes."
A instalação contrasta esses dinamismos, com a forma ridged e simples do triângulo exterior à complexidade simples do círculo no interior. Esta convergência simples cria uma complexidade que reflete a mistura de exibir a bienal e o trabalho da artista como o seu meio de expressão. O movimento centrípeto e a forma da estrutura envolve e circunda os usuários da Bienal e, simultaneamente, criando um vazio central, o ponto focal onde todas as linhas, superfícies e pontos de vista convergem.

  
fonte: http://blog.bellostes.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

pesquisa: Lygia Clark

Lygia Clark (Belo HOrizonte, 31 de outubro de 1920 - Rio de Janeiro, 25 de abril de 1988) foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se auto-intitulava "não-artista". É uma das fundadoras do Grupo Frente, que fazia parte do moviento construtivista no Brasil. Em 1954 dedicase ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se une a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Platatnik, João José da Costa entre outros, e apresenta as suas “Superfícies Moduladas, 1952-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1956-58”. Estas séries caminhavam para longe do espaço claustrofóbico da moldura, queriam estar livres. É aquilo que Lygia queria como linha-luz, como módulo construtor do plano. Cada figura geométrica projeta-se para além dos limites do suporte, ampliando a extensão de suas áreas. Lygia ainda participa, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza - fato que se repetirá, em 1968, quando é convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.


Em 1959, integra a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Almilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pope, Reynaldo Jardim e Theon Spanadius. Clark propõe com a sua obra, que a pintura não se sustenta mais em seu suporte tradicional. Procura novos vôos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954: não é uma pintura fechada nela mesma; a superfície se expande igualmente sobre a tela, separando um espaço, se reunindo nele e se sustentando como um todo. As obras querem ganhar o espaço. O trabalho com a pintura resulta na construção do novo suporte para o objeto.
BICHOS, 1961
Destas novas proposições nascem os “Casulos, 1959”. Feitos em metal, o material permite que o plano seja dobrado, assumindo uma busca da tridimensionalidade pelo plano, deixando-o mais próximo do próprio espaço do mundo. Em 1960, Lygia cria a série “Bichos”: esculturas, feitas em alumínio, possuidoras de dobradiças, que promovem a articulação das diferentes partes que compõem o seu “corpo”. O espectador, agora transformando em participador, é convidado a descobrir as inúmeras formas que esta estrutura aberta oferece. Com esta série, Clark torna-se uma das pioneiras na arte participativa mundial. Em 1961, ganha o prêmio de melhor escultura nacional na VI Bienal de São Paulo, com os “Bichos”.

A experiência com a maleabilidade de materiais duros converte-se em material flexível. Lygia Clark chega à matéria mole: deixa de lado a matéria dura (a madeira), passa pelo metal flexível dos “Bichos” e chega à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo limite em “Caminhando, 1963”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.
A trajetória de Lygia Clark faz dela uma artista atemporal e sem um lugar muito bem definido dentro da História da Arte. Tanto ela quanto sua obra fogem de categorias ou situações em que podemos facilmente embalar; Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968”: a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.
Em 1968 apresenta, pela primeira vez, no MAM-RJ, "A casa é o corpo", uma instalação de oito metros, que permite a passagem das pessoas por seu interior, para que elas tenham a sensação de penetração, ovulação, germinação e expulsão do ser vivo. Nesse mesmo ano, Lygia muda-se para Paris. O corpo dessexualizado é apresentado na série “roupa-corpo-roupa: O Eu e o Tu, 1967”. Um homem e uma mulher vestem pesados uniformes de tecido plastificado: o homem, veste o macacão da mulher; e ela, o do homem. Tateando um ao outro, são encontradas cavidades. Aberturas, na forma de fecho ecler, que possibilitam a exploração tátil, o reconhecimento do corpo: “os fechos são para mim como cicatrizes do próprio corpo”, diria a artista, no seu diário.
O Eu e o Tu, 1967
Em 1972, é convidada a ministrar um curso sobre comunicação gestual na Sorbonne. Suas aulas eram verdadeiras experiências coletivas apoiadas na manipulação dos sentidos, transformando estes jovens em objetos de suas próprias sensações. São dessa época as proposições “Arquiteturas biológicas, 1969", “Rede de elástico, 1973", “Baba antropofágica, 1973" e “Relaxação, 1974". Tratam de integrar arte e vida, incorporando a criatividade do outro e dando ao propositor o suporte para que se exprima. Em 1976, Lygia Clark volta definitivamente ao Rio de Janeiro. Abandona, então, as experiências com grupos e inicia uma nova fase com fins terapêuticos, com uma abordagem individual para cada pessoa, usando os “Objetos relacionais": na dualidade destes objetos (leves/pesados, moles/duros, cheios/vazios), Lygia trabalha o “arquivo de memórias” dos seus pacientes, os seus medos e fragilidades, através do sensorial. Ela não se limita apenas ao campo estético, mas sobretudo ao atravessamento de territórios da Arte. Lygia Clark desloca-se para fora do sistema do qual a arte é parte integrante, porque sua atitude incorpora, acima de tudo, um exercício para a vida. Como afirma Lygia:
“Se a pessoa, depois de fizer essa série de coisas que eu dou, se ela consegue viver de uma maneira mais livre, usar o corpo de uma maneira mais sensual, se expressar melhor, amar melhor, comer melhor, isso no fundo me interessa muito mais como resultado do que a própria coisa em si que eu proponho a vocês” (Cf. O Mundo de Lygia Clark,1973, filme dirigido por Eduardo Clark, PLUG Produções).
Em 1981, Lygia diminui paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 é publicado, numa edição limitada de 24 exemplares, o “Livro Obra", uma verdadeira obra aberta que acompanha, por meio de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.
Em 1986, realiza-se, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o IX Salão de Artes Plásticas, com uma sala especial dedicada a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A exposição constitui a única grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark ainda em atividade artística.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sustentabilidade?

Hoje assisti um video muito interessante, no canal do Denis Lee, que promove diversas discussões sobre os mais variados temas, este foi sobre sustentabilidade. Fala também sobre um desafio para estudantes proposto pelo Santander, que consiste na criação de um projeto sustentável que possa ser aplicado em sua própria faculdade ou universidade ;) achei muito bacana e decidi postar aqui!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sobre Ouro Preto, cidade universitária, comparação


Voltando de mais um fim de semana em ouro preto, fiquei pensando sobre várias questões sobre a mudança da cidade desde a minha infância e das férias incontáveis que passei lá. 
Muito se fala a respeito da especulação imobiliária, com a expansão dos cursos da UFOP, a procura por moradia pelos estudantes que vem de fora é cada vez maior. As dezenas de  repúblicas que têm não conseguem atender todo mundo e é claro que há quem não queria passar pela experiência de ser 'bixo'. A universidade desde alguns anos atrás tem investido na construção de alojamentos  na região do campus destinados a estudantes mais carentes, para morar é preciso passar por uma avaliação do padrão socioeconômico do aluno, assim como é feito na UFMG, pela FUMP. 
Por ser uma cidade tombada pelo patrimônio histórico da humanidade, não é permitido a construção de edifícios maiores do que 3 andares no centro, o que também dificulta mudanças. Isto valoriza muito os imóveis dessa região. Uma das alternativas é o bairro da Bauxita, que agora já se vê inúmeros pequenos prédios, a maioria para o aluguel de kitnets. É como atravessar a rua e estar em uma cidade completamente diferente. 
A expansão da universidade e a criação de novos bairros, ajudou muito no crescimento da cidade e também no turismo. Este fim de semana mesmo, acontecia o festival de jazz, que atrai muitos turistas, além de vários outros eventos artísticos que acontecem na cidade todo ano. 
Apesar de tudo já podemos perceber sinais de problemas de cidade grande: engarrafamento! Nunca pensei que ia andar na rua e parar pra assistir a quantidade de carros parados no centro. Lugar para estacionar nem pensar nessas ruas estreitas, onibus sobe e desce morro lotado. Até ouço a voz do meu pai dizendo que 'na época dele' subia esses morros todos a pé, que parava na praça tiradentes para jogar conversa fora, que hoje tudo isso mudou. Mesmo no pouco tempo de vida que tenho, eu mesma já reparei que muita coisa mudou, as ruas andam mais vazias que antigamente mesmo, apesar de estar mais populosa, de ter crescido bastante.
e aí comparo com meu outro post sobre brasília "máquina de morar":
cidade que conforma as pessoas (brasília) ou as pessoas que conformam a cidade (ouro preto)?
Penso em Ouro Preto e lembro das praças perto das igrejas, das casas geminadas que olham umas para as outras, na vizinhança entrosada de alguns anos atras que agora vai se perdendo...
E aí penso em Brasília e lembro das linhas retas, das grandes avenidas, dos carros, inúmeros, mas vejo também momentos que tive de grande integração por causa dessa arquitetura, de uma forma diferente ao encará-la...
fica aquela interrogativa: a arquitetura define o indivíduo? ou não?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

conceituando... res extensa

Descartes ao elaborar o Discurso do Método, lida com algumas problemáticas, uma delas é a dualidade res cogitans e res extensa, que nada mais é do que a dualidade entre a alma, a razão e o corpo, as coisas materiais. Enquanto a razão se tornava alma, coisa pensante (res cogitans), o espaço, por seu turno, tornava-se realidade material, coisa extensa (res extensa).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Museu da República, Brasília e minhas impressões

Olhando algumas notícias no site do Correio Braziliense nas últimas semanas, me deparei com uma matéria falando sobre o Museu da República, construído em 2006 a partir do projeto de Oscar Niemeyer. O texto  apresenta seus prós e contras, destacando as obras que fazem e que irão fazer parte do acervo do museu e também sobre verbas públicas destinadas a ele. 
O que mais me chamou atenção foram os problemas de acesso ao museu e as dificuldades de conservação das obras de arte. Wagner Barja, que está a frente da instituição ainda destaca "O museu é como o Titanic no lago Paranoá"


Quando houve a inauguração do museu, eu morava em Brasília já a 8 anos e ao visitá-lo percebi como a minha implicancia com a cidade persistia. A area na qual ele foi construído, anteriormente era formada por várias árvores nativas e plantas rasteiras. Tudo foi a baixo e cimentaram uma área enorme em volta do museu, sem iluminação, sem bancos ou sombras. Diga-se de passagem a cidade é de clima muito quente, quase impossível andar sem ter uma garrafinha de água, óculos de sol... A proximidade da rodoviária é importante, mas a maioria das pessoas que a utilizam não frequentam o museu, daí a falta de estacionamento. Além de calçadas, pois atravessar o eixo monumento andando, com a quantidade de carros é muito perigoso. 
Lembro de ir em um show de música eletrônica em comemoração dos 50 anos da cidade com alguns amigos. Fui de carona e tivemos que estacionar no setor de autarquias, muito mal iluminado, tivemos que andar na grama e por uma escada que era quase um banheiro público a céu aberto. O show era de graça, mas pra chegar perto do palco tivemos que pagar 15 reais na "área VIP". O preço de bebida e comida era exorbitante. Foi o único evento 'gratuíto' que participei na semana de comemoração.
Deixei de ir á vários espetáculos gratuitos do Cena Contemporânea, festival internacional de teatro que acontece todo ano, por causa da falta de acesso ao museu. Vários espetáculos são apresentados na área externa, mas linhas de ônibus durante a noite é quase extinta em brasília e ir de metrô não compensa, pelo tanto que eu teria que andar a pé. E olha que eu morei na 403 sul, que deveria ser no centro da cidade, perto de tudo.
Perto de tudo se você tem um carro.
Acho que Brasília serviu para o proposíto na qual foi construída. É mesmo uma cidade "máquina" de morar. E acaba que o povo que nasceu na capital é assim frio, distante, isolado... 
Morei 10 anos no mesmo prédio e só tive contato com um vizinho, os outros eu nem conhecia, quando via, não ouvia bom-dia. Acaba que a gente acostuma com isso depois de um tempo... Mas sempre me senti deslocada lá. Acho que é essa coisa da minha mineirisse.
A gente acaba dando um jeito de colocar um pouco mais de humanidade na coisa:

piquenique no parque da cidade x]