Voltando de mais um fim de semana em ouro preto, fiquei pensando sobre várias questões sobre a mudança da cidade desde a minha infância e das férias incontáveis que passei lá.
Muito se fala a respeito da especulação imobiliária, com a expansão dos cursos da UFOP, a procura por moradia pelos estudantes que vem de fora é cada vez maior. As dezenas de repúblicas que têm não conseguem atender todo mundo e é claro que há quem não queria passar pela experiência de ser 'bixo'. A universidade desde alguns anos atrás tem investido na construção de alojamentos na região do campus destinados a estudantes mais carentes, para morar é preciso passar por uma avaliação do padrão socioeconômico do aluno, assim como é feito na UFMG, pela FUMP.
Por ser uma cidade tombada pelo patrimônio histórico da humanidade, não é permitido a construção de edifícios maiores do que 3 andares no centro, o que também dificulta mudanças. Isto valoriza muito os imóveis dessa região. Uma das alternativas é o bairro da Bauxita, que agora já se vê inúmeros pequenos prédios, a maioria para o aluguel de kitnets. É como atravessar a rua e estar em uma cidade completamente diferente.
A expansão da universidade e a criação de novos bairros, ajudou muito no crescimento da cidade e também no turismo. Este fim de semana mesmo, acontecia o festival de jazz, que atrai muitos turistas, além de vários outros eventos artísticos que acontecem na cidade todo ano.
Apesar de tudo já podemos perceber sinais de problemas de cidade grande: engarrafamento! Nunca pensei que ia andar na rua e parar pra assistir a quantidade de carros parados no centro. Lugar para estacionar nem pensar nessas ruas estreitas, onibus sobe e desce morro lotado. Até ouço a voz do meu pai dizendo que 'na época dele' subia esses morros todos a pé, que parava na praça tiradentes para jogar conversa fora, que hoje tudo isso mudou. Mesmo no pouco tempo de vida que tenho, eu mesma já reparei que muita coisa mudou, as ruas andam mais vazias que antigamente mesmo, apesar de estar mais populosa, de ter crescido bastante.
e aí comparo com meu outro post sobre brasília "máquina de morar":
cidade que conforma as pessoas (brasília) ou as pessoas que conformam a cidade (ouro preto)?
Penso em Ouro Preto e lembro das praças perto das igrejas, das casas geminadas que olham umas para as outras, na vizinhança entrosada de alguns anos atras que agora vai se perdendo...
E aí penso em Brasília e lembro das linhas retas, das grandes avenidas, dos carros, inúmeros, mas vejo também momentos que tive de grande integração por causa dessa arquitetura, de uma forma diferente ao encará-la...
fica aquela interrogativa: a arquitetura define o indivíduo? ou não?
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