Hoje assisti um video muito interessante, no canal do Denis Lee, que promove diversas discussões sobre os mais variados temas, este foi sobre sustentabilidade. Fala também sobre um desafio para estudantes proposto pelo Santander, que consiste na criação de um projeto sustentável que possa ser aplicado em sua própria faculdade ou universidade ;) achei muito bacana e decidi postar aqui!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
sobre Ouro Preto, cidade universitária, comparação
Voltando de mais um fim de semana em ouro preto, fiquei pensando sobre várias questões sobre a mudança da cidade desde a minha infância e das férias incontáveis que passei lá.
Muito se fala a respeito da especulação imobiliária, com a expansão dos cursos da UFOP, a procura por moradia pelos estudantes que vem de fora é cada vez maior. As dezenas de repúblicas que têm não conseguem atender todo mundo e é claro que há quem não queria passar pela experiência de ser 'bixo'. A universidade desde alguns anos atrás tem investido na construção de alojamentos na região do campus destinados a estudantes mais carentes, para morar é preciso passar por uma avaliação do padrão socioeconômico do aluno, assim como é feito na UFMG, pela FUMP.
Por ser uma cidade tombada pelo patrimônio histórico da humanidade, não é permitido a construção de edifícios maiores do que 3 andares no centro, o que também dificulta mudanças. Isto valoriza muito os imóveis dessa região. Uma das alternativas é o bairro da Bauxita, que agora já se vê inúmeros pequenos prédios, a maioria para o aluguel de kitnets. É como atravessar a rua e estar em uma cidade completamente diferente.
A expansão da universidade e a criação de novos bairros, ajudou muito no crescimento da cidade e também no turismo. Este fim de semana mesmo, acontecia o festival de jazz, que atrai muitos turistas, além de vários outros eventos artísticos que acontecem na cidade todo ano.
Apesar de tudo já podemos perceber sinais de problemas de cidade grande: engarrafamento! Nunca pensei que ia andar na rua e parar pra assistir a quantidade de carros parados no centro. Lugar para estacionar nem pensar nessas ruas estreitas, onibus sobe e desce morro lotado. Até ouço a voz do meu pai dizendo que 'na época dele' subia esses morros todos a pé, que parava na praça tiradentes para jogar conversa fora, que hoje tudo isso mudou. Mesmo no pouco tempo de vida que tenho, eu mesma já reparei que muita coisa mudou, as ruas andam mais vazias que antigamente mesmo, apesar de estar mais populosa, de ter crescido bastante.
e aí comparo com meu outro post sobre brasília "máquina de morar":
cidade que conforma as pessoas (brasília) ou as pessoas que conformam a cidade (ouro preto)?
Penso em Ouro Preto e lembro das praças perto das igrejas, das casas geminadas que olham umas para as outras, na vizinhança entrosada de alguns anos atras que agora vai se perdendo...
E aí penso em Brasília e lembro das linhas retas, das grandes avenidas, dos carros, inúmeros, mas vejo também momentos que tive de grande integração por causa dessa arquitetura, de uma forma diferente ao encará-la...
fica aquela interrogativa: a arquitetura define o indivíduo? ou não?
terça-feira, 21 de setembro de 2010
conceituando... res extensa
Descartes ao elaborar o Discurso do Método, lida com algumas problemáticas, uma delas é a dualidade res cogitans e res extensa, que nada mais é do que a dualidade entre a alma, a razão e o corpo, as coisas materiais. Enquanto a razão se tornava alma, coisa pensante (res cogitans), o espaço, por seu turno, tornava-se realidade material, coisa extensa (res extensa).
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Museu da República, Brasília e minhas impressões
Olhando algumas notícias no site do Correio Braziliense nas últimas semanas, me deparei com uma matéria falando sobre o Museu da República, construído em 2006 a partir do projeto de Oscar Niemeyer. O texto apresenta seus prós e contras, destacando as obras que fazem e que irão fazer parte do acervo do museu e também sobre verbas públicas destinadas a ele.
O que mais me chamou atenção foram os problemas de acesso ao museu e as dificuldades de conservação das obras de arte. Wagner Barja, que está a frente da instituição ainda destaca "O museu é como o Titanic no lago Paranoá"
Quando houve a inauguração do museu, eu morava em Brasília já a 8 anos e ao visitá-lo percebi como a minha implicancia com a cidade persistia. A area na qual ele foi construído, anteriormente era formada por várias árvores nativas e plantas rasteiras. Tudo foi a baixo e cimentaram uma área enorme em volta do museu, sem iluminação, sem bancos ou sombras. Diga-se de passagem a cidade é de clima muito quente, quase impossível andar sem ter uma garrafinha de água, óculos de sol... A proximidade da rodoviária é importante, mas a maioria das pessoas que a utilizam não frequentam o museu, daí a falta de estacionamento. Além de calçadas, pois atravessar o eixo monumento andando, com a quantidade de carros é muito perigoso.
Lembro de ir em um show de música eletrônica em comemoração dos 50 anos da cidade com alguns amigos. Fui de carona e tivemos que estacionar no setor de autarquias, muito mal iluminado, tivemos que andar na grama e por uma escada que era quase um banheiro público a céu aberto. O show era de graça, mas pra chegar perto do palco tivemos que pagar 15 reais na "área VIP". O preço de bebida e comida era exorbitante. Foi o único evento 'gratuíto' que participei na semana de comemoração.
Deixei de ir á vários espetáculos gratuitos do Cena Contemporânea, festival internacional de teatro que acontece todo ano, por causa da falta de acesso ao museu. Vários espetáculos são apresentados na área externa, mas linhas de ônibus durante a noite é quase extinta em brasília e ir de metrô não compensa, pelo tanto que eu teria que andar a pé. E olha que eu morei na 403 sul, que deveria ser no centro da cidade, perto de tudo.
Perto de tudo se você tem um carro.
Acho que Brasília serviu para o proposíto na qual foi construída. É mesmo uma cidade "máquina" de morar. E acaba que o povo que nasceu na capital é assim frio, distante, isolado...
Morei 10 anos no mesmo prédio e só tive contato com um vizinho, os outros eu nem conhecia, quando via, não ouvia bom-dia. Acaba que a gente acostuma com isso depois de um tempo... Mas sempre me senti deslocada lá. Acho que é essa coisa da minha mineirisse.
A gente acaba dando um jeito de colocar um pouco mais de humanidade na coisa:
piquenique no parque da cidade x]
terça-feira, 14 de setembro de 2010
disse que me disse: prêmio Pritzker 2010
O Premio Pritzker de Arquitetura (The Pritzker Architecture Prize) foi criado por uma família de Chicago em 1979, com a intenção de premiar arquitetos que têm projetos costruídos que demonstram talento, visão, comprometimento e que significam uma contribuição para a humanidade através da arquitetura. Ele acontece todo ano e é conhecido com o "Nobel da arquitetura".
Este ano os ganhadores foram dois japoneses, Kazuyo Sejima e Ryue Nishisawa, que por mais de 15 anos esses arquitetos trabalharam juntos numa colaboração chamada SANAA. Juntos projetaram diversos edifícios pelo mundo como o Museu de Arte Contemporânea do século 21 em Kanazawa (Japão), o Novo Museu de Arte Contemporânea em Nova York, e o recente Rolex Learning Center em Lausanne (Suiça).
21st Century Museum of Contemporary Art (Kanazawa)
New Museum of Contemporary Art (New York)
A construção de Sejima e Nishisawa se destaca pela simplicidade. Eles mantêm uma visão de um edifício como um conjunto harmonioso, exploram como poucos as propriedades do espaço contínuo, da leveza, da transparência e da materialidade para criar uma síntese sutil. É uma arquitetura que foge da ostentação. Em vez disso, eles buscam as qualidades essenciais da arquitetura. O que também não é um trabalho simples, exige muita observação, desenvolvimento de várias idéias e conceitos até chegar ao que melhor se encaixa para uma proposta de construção.
Rolex Learning Center (Lausanne, Switzerland).
O trabalho destes arquitetos pode até ser visto como elitista, mas seu valor estético, no entanto, é de inclusão. Sua abordagem é nova, sempre oferecendo novas possibilidades dentro dos limites normais de um projeto arquitetônico, uma vez que sistematizam a próxima etapa. Eles usam materiais comuns e do cotidiano, permanecendo em sintonia com as possibilidades da tecnologia contemporânea, a sua compreensão do espaço não reproduz os modelos convencionais. Eles muitas vezes optam por espaços não-hierárquicos, ou em suas próprias palavras, a equivalência "dos espaços", criando edifícios democráticos de acordo com a tarefa e o orçamento. Um exemplo é o projeto de Almere, na Holanda, com muitas salas de aula simples e workshops, todos com vista privilegiada para o mar. Outro exemplo é o Rolex Learning Center, em Lausanne, um espaço para ser usado por estudantes de dia e noite. Sejima e Nishizawa originalmente tinham-no concebido como um edifício de vários andares, mas, no decurso da sua deliberação, tornou-se um espaço de um único grande fluxo. Muitos espaços do edifício (biblioteca, restaurante, áreas de exposições, escritórios, etc) não são diferenciados por paredes, mas por ondulações do piso contínuo, que sobe e desce para acomodar os diferentes usos, permitindo vistas em toda a paisagem interna.
Sobre o trabalho do grupo SANAA, percebi a busca de uma integração maior com a cidade e ao mesmo tempo um pensamento muito minucioso sobre a funcionalidade. Cada projeto traz uma boa combinação entre forma e função.
Em contraposição, tem-se a arquitetura exuberante de outros arquitetos, que fizeram de suas obras marcos urbanos. Materiais e formas suntuosas que impressionam. Como por exemplo, construções de Frank Gehry, também ganhador do Pritzker (1989).
Museu Guggenheim, Bilbao - Genhry
fonte: www.pritzkerprize.com
terça-feira, 7 de setembro de 2010
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