terça-feira, 14 de setembro de 2010

disse que me disse: prêmio Pritzker 2010

O Premio Pritzker de Arquitetura (The Pritzker Architecture Prize) foi criado por uma família de Chicago em 1979, com a intenção de premiar arquitetos que têm projetos costruídos que demonstram talento, visão, comprometimento e que significam uma contribuição para a humanidade através da arquitetura. Ele acontece todo ano e é conhecido com o "Nobel da arquitetura".

Este ano os ganhadores foram dois japoneses, Kazuyo Sejima e Ryue Nishisawa, que por mais de 15 anos esses arquitetos trabalharam juntos numa colaboração chamada SANAA. Juntos projetaram diversos edifícios pelo mundo como o Museu de Arte Contemporânea do século 21 em Kanazawa (Japão), o Novo Museu de Arte Contemporânea em Nova York, e o recente Rolex Learning Center em Lausanne (Suiça).

21st Century Museum of Contemporary Art (Kanazawa)


New Museum of Contemporary Art (New York)


A construção de Sejima e Nishisawa se destaca pela simplicidade. Eles mantêm uma visão de um edifício como um conjunto harmonioso, exploram como poucos as propriedades do espaço contínuo, da leveza, da transparência e da materialidade para criar uma síntese sutil. É uma arquitetura que foge da ostentação. Em vez disso, eles buscam as qualidades essenciais da arquitetura. O que também não é um trabalho simples, exige muita observação, desenvolvimento de várias idéias e conceitos até chegar ao que melhor se encaixa para uma proposta de construção.

Rolex Learning Center (Lausanne, Switzerland).

O trabalho destes arquitetos pode até ser visto como elitista, mas seu valor estético, no entanto, é de inclusão. Sua abordagem é nova, sempre oferecendo novas possibilidades dentro dos limites normais de um projeto arquitetônico, uma vez que sistematizam a próxima etapa. Eles usam materiais comuns e do cotidiano, permanecendo em sintonia com as possibilidades da tecnologia contemporânea, a sua compreensão do espaço não reproduz os modelos convencionais. Eles muitas vezes optam por espaços não-hierárquicos, ou em suas próprias palavras, a equivalência "dos espaços", criando edifícios democráticos de acordo com a tarefa e o orçamento. Um exemplo é o projeto de Almere, na Holanda, com muitas salas de aula simples e workshops, todos com vista privilegiada para o mar. Outro exemplo é o Rolex Learning Center, em Lausanne, um espaço para ser usado por estudantes de dia e noite. Sejima e Nishizawa originalmente tinham-no concebido como um edifício de vários andares, mas, no decurso da sua deliberação, tornou-se um espaço de um único grande fluxo. Muitos espaços do edifício (biblioteca, restaurante, áreas de exposições, escritórios, etc) não são diferenciados por paredes, mas por ondulações do piso contínuo, que sobe e desce para acomodar os diferentes usos, permitindo vistas em toda a paisagem interna.

Sobre o trabalho do grupo SANAA, percebi a busca de uma integração maior com a cidade e ao mesmo tempo um pensamento muito minucioso sobre a funcionalidade. Cada projeto traz uma boa combinação entre forma e função.
Em contraposição, tem-se a arquitetura exuberante de outros arquitetos, que fizeram de suas obras marcos urbanos. Materiais e formas suntuosas que impressionam. Como por exemplo, construções de Frank Gehry, também ganhador do Pritzker (1989).

Museu Guggenheim, Bilbao - Genhry


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