sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Museu da República, Brasília e minhas impressões

Olhando algumas notícias no site do Correio Braziliense nas últimas semanas, me deparei com uma matéria falando sobre o Museu da República, construído em 2006 a partir do projeto de Oscar Niemeyer. O texto  apresenta seus prós e contras, destacando as obras que fazem e que irão fazer parte do acervo do museu e também sobre verbas públicas destinadas a ele. 
O que mais me chamou atenção foram os problemas de acesso ao museu e as dificuldades de conservação das obras de arte. Wagner Barja, que está a frente da instituição ainda destaca "O museu é como o Titanic no lago Paranoá"


Quando houve a inauguração do museu, eu morava em Brasília já a 8 anos e ao visitá-lo percebi como a minha implicancia com a cidade persistia. A area na qual ele foi construído, anteriormente era formada por várias árvores nativas e plantas rasteiras. Tudo foi a baixo e cimentaram uma área enorme em volta do museu, sem iluminação, sem bancos ou sombras. Diga-se de passagem a cidade é de clima muito quente, quase impossível andar sem ter uma garrafinha de água, óculos de sol... A proximidade da rodoviária é importante, mas a maioria das pessoas que a utilizam não frequentam o museu, daí a falta de estacionamento. Além de calçadas, pois atravessar o eixo monumento andando, com a quantidade de carros é muito perigoso. 
Lembro de ir em um show de música eletrônica em comemoração dos 50 anos da cidade com alguns amigos. Fui de carona e tivemos que estacionar no setor de autarquias, muito mal iluminado, tivemos que andar na grama e por uma escada que era quase um banheiro público a céu aberto. O show era de graça, mas pra chegar perto do palco tivemos que pagar 15 reais na "área VIP". O preço de bebida e comida era exorbitante. Foi o único evento 'gratuíto' que participei na semana de comemoração.
Deixei de ir á vários espetáculos gratuitos do Cena Contemporânea, festival internacional de teatro que acontece todo ano, por causa da falta de acesso ao museu. Vários espetáculos são apresentados na área externa, mas linhas de ônibus durante a noite é quase extinta em brasília e ir de metrô não compensa, pelo tanto que eu teria que andar a pé. E olha que eu morei na 403 sul, que deveria ser no centro da cidade, perto de tudo.
Perto de tudo se você tem um carro.
Acho que Brasília serviu para o proposíto na qual foi construída. É mesmo uma cidade "máquina" de morar. E acaba que o povo que nasceu na capital é assim frio, distante, isolado... 
Morei 10 anos no mesmo prédio e só tive contato com um vizinho, os outros eu nem conhecia, quando via, não ouvia bom-dia. Acaba que a gente acostuma com isso depois de um tempo... Mas sempre me senti deslocada lá. Acho que é essa coisa da minha mineirisse.
A gente acaba dando um jeito de colocar um pouco mais de humanidade na coisa:

piquenique no parque da cidade x]

Um comentário:

  1. Olá Fláviaaa!!!

    Realmente, Brasília é a não-cidade que temos.
    O que eu acho mais absurdo nela é que os carros podem ver a luz do sol, as pessoas não. Tem que passar em becos embaixo das grandes/largas/belas avenidas.
    Um absurdo! Troca total de gêneros! Predomínio total da máquina sobre o homem!

    Enfim... vou deixar minha indignação por aqui...rss.

    Bjos!!!

    Obs: A visitarei sempre!

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